AS AVENTURAS DE UMA AEROMINA

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Paris

O vôo foi uma delícia. Todos educados, nada exigentes e pacientes (inclusive eu).  
Chegamos a Paris por volta das 21h30 (hora local). Só eu e o co-piloto, -um mexicano gente boa- queríamos sair.  Estava muito frio e me disseram que não havia ônibus depois das 24h que voltava para nosso hotel, o Hyatt do aeroporto  (o que não é verdade), então acabei não saindo. Apenas fui para o restaurante do hotel encontrar a tripulação para uma taça de vinho (Cotê Du Rhone) e uma sopa de abóbora com cogumelos frescos. Delícia.
Com a barriga cheia e quentinha, segui para uma atribulada viagem nos meus lençóis com visita do Sr. Jet Leg. Acordei muito cedo pela manhã, às 9h no horário de Dubai, mas 5h30 no horário de Paris, o que quer dizer que dormi bem mal.
Sem nada para fazer a essa hora da manhã, dei uma passada no Crew Lounge para checar meus emails e dar uma espiada no facebook. Explicando melhor, em alguns hotéis, a tripulação tem lounges com café, chá e internet (e quando dá muita sorte com vinho também, como em Joanesburgo- eles que me aguardem!). O lugar estava fedendo a bebida e cigarro, com queijos na geladeira, o que significa uma coisa: alguém andou farreando por ali. Mas quem?
Desci para o café da manhã às 7h como combinado. As outras três garotas estavam lá, mas nosso árabe speaker que agitou tudo, nada. Acho que antes de ir para a cama ele desviou o caminho para o Crew Lounge. Bastante comum entre os comissários, acabam conhecendo os hotéis e seus bares, mas a ressaca não os deixam chegar nas cidades para onde voam. Triste.
Depois de um super café da manhã, eu e mais três comissárias que conseguiram acordar pegamos o metro de Paris por volta das 8h30 para ir para o centro, mas demos azar porque justo naquele dia houve um problema com um dos cabos e os trens estavam lentos. O lado bom é que recebemos orientação de um cara bem bacana.
O metro de Paris é ótimo para quem mora lá, mas para quem viaja, especialmente como a gente que tem apenas 24 horas no lugar, não é uma boa. É muito demorado para achar o caminho e como há vários jeitos de chegar no mesmo lugar, cada um diz uma coisa e aí já viu.
Tenho de dizer, no entanto, que todos estavam nos ajudando. Nem mesmo chegávamos a pedir informação, apenas abríamos nosso mapa e já alguém oferecia ajuda...estranho, muito estranho. Já no vôo foi surpreendente. Franceses educados, pacientes e agora, ainda solícitos! Bem diferente de quando estive aqui,  17 anos atrás. O que se passa? Serão as mudanças climáticas? Para onde vai esse mundo???
Chegamos na cidade já eram quase 10h, saímos direto na estação no Arc de Triomphe, onde termina (ou começa) a Champs Élysées.  Andei pela rua, parei para ir no banheiro do Macdonald’s (nunca esqueça: onde há um Macdonald’s, há um banheiro!). E como todo pobre que visita Paris, fiz volume na Louis Vitton, na Cartier, na Lacoste etc.
De lá pegamos o metro novamente, este cheio de parisienses educados e prontos para ajudar, (é mesmo o fim dos tempos!) e fomos até a Eiffel tour, de onde dá para curtir bem a vista das margens do rio Seine, meu clichê preferido de Paris. Aliás, como essa cidade é linda. Estive aqui quando tinha 15 anos e achei um saco, o que hoje entendo, é natural. Paris não é uma cidade para adolescente.
Na época eu tinha cabelo preto azulado, com um pedaço colorido, que podia ser azul, verde ou qualquer outra cor. Na época não se vendia tinta colorida no Brasil. Eu usava papel crepon para pintar o cabelo, que saia com água, então não podia tomar chuva (e até tomei cuspidas dos manos mais tradicionais do centro da cidade, que achavam cabelo colorido um absurdo). Aí fui para Paris, achei um pé no saco! Adorei Londres, claro.
Depois dessa volta super turística, fiquei apaixonada. Tentando sentir um pouco da vida real na cidade, parei umas ruas dentro da Eiffel para comer uma sopa de cebola. Perfeito para a tarde de outono. Seis Graus, as folhas das árvores todas amarelas, caídas no chão, combinando com o amarelo do sol desse dia lindo. A previsão era chuva, mas ela não veio.
As cores dos dias de outono são tão incríveis. É uma estação menosprezada. Os festivais, as liquidações, tudo é sempre no verão ou no inverno. Mas tenho de dizer que, nos últimos anos, tenho gostado mais da primavera e do outono. Sutis, porém fortes. Ou pelo menos eram, antes das mudanças climáticas. Agora está tudo uma loucura. Calor desenfreado na primavera e inverno congelante no outono. Vai ver que o outono e a primavera cansaram de serem pouco levados a sério.
Voltando a sopa de cebola numa tarde de inverno. Bistro simpático, barato, cheio de locais. As comissárias que estavam comigo reclamavam da comida porque o bife não tinha molho e o que o spaguetti ala bolognese não era dos melhores. Diziam que era um lugar turístico. PQP! Comissárias periguetes, na França ninguém vai colocar molho barbecue na carne porque o que importa é o gosto e a textura da mesma. E deixem para comer spaguetti ala bolognese na Itália, catzo! Turistas são vocês!
A sopa de cebola e o crepe estavam ótimos. E a dona que quase não falava inglês, acolheu uma vegetariana , com o nariz um tanto torcido, no inicio. Entretanto, depois que fiz os elogios à cidade e à comida e disse que precisava comprar vinho para levar para casa porque em Dubai era difícil comprar, ela achou um absurdo e foi uma fofa.
Comprei meus vinhos, voltei para o hotel e acabou-se o que era doce. De volta à Dubai.
Moral da história: os franceses já não são os mesmos. Nem eu.

Hotel: Hyatt Regence aeroporto (1h do centro).
Nível de felicidade: ***** (fiquei deprimida na hora de ir embora!)

Para comprar vinhos: http://www.nicolas.com/
 










3 comentários:

  1. Nível de felicidade por saber que vc está aproveitando: *****
    Da próxima vez, em vez do metrô, tente o Vélib!
    Bisou

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