AS AVENTURAS DE UMA AEROMINA

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Abu Dhabi

Ontem estive pela terceira vez em Abu Dhabi. Não porque houvesse algo emocionante para se fazer lá, mas porque precisava pegar meu novo passaporte. Aliás, fica aqui uma dica para os brasileiros. Se você fizer uma viagem com mais de uma semana de estadia no mesmo local onde houver uma embaixada do Brasil, renove seu passaporte lá. É mais rápido e fácil que no Brasil. Ou então, venha me visitar em Dubai e vá até Abu Dhabi para isso. Os funcionários da embaixada são super educados e prestativos e não lembram em nada o serviço público no Brasil.
Abu Dhabi é a capital dos Emirados Árabes Unidos e é também o mais rico deles. Em Dubai está o turismo, mas a dinheirinha do petróleo e do gás natural estão lá. Para ir a Abu Dhabi de Dubai de carro leva-se cerca de 50 minutos ou umas 2h30 com o ônibus tartaruga. Fui de carro na primeira vez, mas no geral, é de busão que eu vou. O lado bom é que é bem barato, são apenas 15 dirhams (R$ 7,5), e é confortável, pelo menos para as mulheres. Em todo o transporte público em Dubai há uma área reservada apenas às mulheres. É assim nos ônibus metropolitanos e no metrô. E é ótimo. Deveriam fazer o mesmo em São Paulo.
Com em toda a rodoviária, na lanchonete há vários salgadinhos fritos do tipo "Jesus me chama". O problema é que se Jesus chamar, não tem banheiro no ônibus, então pense bem. Eu fui de bolinho industrializado.

A lanchonete com salgadinhos indianos trash


Não há muito o que se fazer em Abu Dhabi, com exceção dos shows, que quase sempre são lá. Só nesse mês já foram Amy Whinehouse e Eric Clapton. Também há várias casas noturnas e bares bem requintados dentro dos hotéis, mas do mesmo tipo que aqui em Dubai. Nada de diferente. A cidade é ok, bem cuidada e a avenida beira mar (que não é praia), é ótima para fazer uma caminhada.







Outro lugar onde os turistas costumam ir é para a Marina onde os paupérrimos desse estado deixam seus barcos. Há um restaurante meia boca ali na frente e um shopping center, atração preferida nos emirados.

Abu Dhabi marina
   O mais legal de lá, no entanto, é visitar a mesquita Sheik Zayed. Já dá para vê-la da entrada da cidade. É enorme e bem linda. Para entrar, é necessário que as mulheres coloquem uma "abaya" emprestada na mesquita gratuitamente e também deixar os sapatos do lado de fora. O nome da vestimenta escura e longa que as mulheres usam é abaya e não burca. A burca é feita de metal e é usada embaixo do véu para proteger os olhos da areia. Raramente se usa hoje em dia.

Entrada da Sheikh Zayed Mosque

A vestimenta acima é a abaya

Detalhe do interior

Detalhe do interior


Parede da mesquita

As mesquitas têm esses painéis para indicar qual é o
horário que os mulçumanos devem rezar.

No geral, passar um dia em Abu Dhabi é suficiente, mas se você tiver bala na agulha, pode também se hospedar no Emirates Palace Hotel. De frente para o mar, o hotel tem paredes de ouro (golllllld*) e recebe anualmente um festival de cinema.



Será que é de ouro mesmo?
Agora que acabaram-se as atrações turísticas de Abu Dhabi, vamos ao que há de especial, o crème de la crème. Abu Dhabi têm duas das coisas mais feias que eu já vi. Uma delas é a torneira do banheiro da embaixada do Brasil. Cheguei apertada do ônibus tartaruga e quando abri a porta do unisex, me deparei com as torneiras mais horrendas que eu já vi na vida. Quando sai, percebi que havia umas quatro pias do lado de fora, todas com as mesmas torneiras. Que meda!


Sai de lá meio transtornada e fui para a rodoviária. Chegando, topei com a segunda coisa mais feia que já vi: a decoração da entrada da mesma. É um amontoado de pedras inspirado nos túmulos do filme Pet Sematary (1989). Vejam, dessa vez não é culpa da fotografia ruim, é que não dá mesmo para entender o que é isso.


A linda arte na rodoviária de Abu Dhabi



Quem será que está enterrado aí?
 

Depois dessa experiência, voltei para Dubai ouvindo Menina Veneno do Ritchie. Imagino que aquela torneira deve estar no banheiro do quarto de "abajur cor-de-carne" e "cortinas de seda".

E já ia me esquecendo! Estão procurando canditados para trabalhar naquela embaixada. Venha, quem sabe você pode ter o privilégio de ver as torneiras todos os dias!
Mais info sobre o trampo aqui: http://abudhabi.itamaraty.gov.br/pt-br/

* "Golllllld", é a pronúncia em inglês com sotaque árabe.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ouça o Sr. McCartney e pense:






Bom quem me conhece já sabe eu era uma grande comedora de carnes de todos os tipos, então não vou bancar a hipócrita aqui. Eu fui responsável pelo morte e sofrimento de milhares de animais até que um dia assisti um video do PETA sobre peles e passei a ficar com nojo. Me lembro de que não consegui comer carne por três dias. E os dias que se seguiram não foram mais os mesmos. Nunca mais comi um bife com a mesma vontade, ainda bem.
Primeiro foi a carne de boi que já não descia mais, depois o frango. Certo dia percebi que estava segurando um osso de um bicho e me senti mal. O peixe e a carne de porco vieram logo depois. Não foi uma dieta, mas o forte pensamento de que aquilo era errado, que me fez sentir rmuito mal cada vez que eu colocava uma carne na boca.
Depois de ter entrado para o mundo veg, sempre ouço a pergunta: "Qual diferença fez para você?". Eu lhe digo. Me sinto mais leve e disposta. Perdi peso e hoje como tudo o que quero (geralmente) em grandes quantidades. Não deixei de adorar comida e me divertir com ela! Também notei que fico menos doente que meus amigos carnivoros. Não tenho dores de estômago. Enfim, me sinto melhor hoje do que a dez anos atrás.
Ainda não sou totalmente vegetariana porque ainda consumo derivados de leite e como ovos, o que se chama de "Vegan". Tento controlar a quantidade e a frequencia com que os faço, mas isso não refresca em nada. Ao meu ver, causar só um pouquinho de sofrimento não é perdoável. Não por nenhuma religião porque não tenho, mas pela minha consciência.
Da mesma forma que perguntam sobre minha saúde, também ouço muitas pessoas dizendo que gostariam de deixar de comer carne. Se você é uma delas, não desanime. Também não force seu corpo como uma dieta porque para essa mudança você precisa acreditar no que está fazendo. Não é fácil sdeixar antigos hábitos e ser vegetariano nesse mundo. Mas reforce seu pensamento cada vez que você vir uma carninha. Lembre-se desse video e persista que sua hora vai chegar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mais pimenta

Depois de escrever sobre a comida do Sri Lanka fiquei com água na boca. Não aguentei e corri para o telefone pedir uma comidinha indiana "quente".
Sempre vou (ou peço) em um restaurante aqui pertinho de casa, o Saravanaa Bhavan, que é totalmente vegetariano. Aqui em Dubai tem muitos deles porque há muitos indianos. E onde tem indiano, tem vegetariano. Resumindo, é bem fácil ser vegetariano aqui.
Comecei pedindo um "Mixed Veg Parotta", um dos meus pratos preferidos. Parotta é um tipo de pão indiano muito bom e que nesse caso vem fatiado e refogado com legumes (grão-de-bico, pimentão, cebola e salsinha) e masala. As masalas são misturas de temperos. E pimenta, claro.
Para cortar um pouco o ardor, o prato é servido com iogurte temperado com salsinha e cebola roxa picadinha. Na culinária indiana, especialmente do norte, o iogurte é bastante usado para fazer o contraponto à pimenta. E, acredite, funciona melhor que qualquer outra coisa que eu já experimentei.


Mixed Veg Parotta com molho de iogurte
Olha só quem veio para o jantar!





Também decidi pedir um prato novo e tentei o "Curd Idly". O Idly é um bolhinho de arroz cozido no vapor, que veio submerso em um molho de iogurte ralo, temperado com gengibre e coentro. Salgadinho, mas nada apimentado. Muito bom.

Curd Idly


O trio: Curd Idly, molhinho de cebola roxa e o Mixed Veg Parotta (esquerda-direita)


Todas as porções são bem servidas e é incrivelmente barato. Esse jantar, por exemplo, custou 15 dirhams (R$ 7,5). Há várias filiais no mundo desse restaurante cuja matriz é no Chennai, India. Se você passar por perto de um deles não deixe experimentar: http://www.saravanabhavan.com/

O Sri Lanka

Quando entrei naquele avião não tinha a menor ideia do que esperar. Eu geralmente não pesquiso na internet sobre os destinos para onde vou. Prefiro deixar para ver o que acontece na hora (e me arrependo depois).  O voo foi até que tranquilo. O povo do Sri Lanka se parece fisicamente com os indianos e são bem amigáveis. Há muita pobreza no país e alguns não falam inglês e nem estão acostumados a voar, mas com um pouquinho de paciência tudo se resolveu porque o que importa é que estavam sempre sorrindo. Não dá é para aguentar grosseria. O resto a gente dá um jeito.
O aeroporto de Colombo, a capital, fica na periferia da cidade e o trânsito é lento e caótico. Há uma estradinha de uma mão - em alguns trechos nem é pavimentada - onde carros, ônibus, motos e tutus se espremem. Para quem não sabe, "tutu" é um taxi montado sobre uma moto com dois lugares atrás. A maioria clandestinos. Levou umas duas horas pra chegar no hotel.
Depois de umas cervejas com a tripulação que era bem bacana e uma fuga de tutu na calada da noite resolvi me aventurar no room service. Como acontece em Dubai e em várias cidades do mundo, todo o cardápio no Sri Lanka tem suas opções vegetarianas marcadas com folhinhas. Pena que tá dmorando para isso chegar ao Brasil.
Pedi um curry de castanhas de caju, cuja produção local é grande. A qualidade é ótima e os preços são baixos. O curry foi preparado com leite de coco e coentro, o que lembrava bastante nossa moqueca. Vei com arroz e um tipo de mandiopã (!). A diferença ficou por conta da pimenta, que é brava. E não tem jeito, mesmo que você peça sem, vem super apimentado.
O curry estava uma delícia, mas no início quase desisti. O "not spicy" estava mais apimentado que a comida indiana de Dubai (que não é pra amador). Mas resisti e fui em frente. Em certo ponto, posso dizer que comecei a ter "um barato" de pimenta. Sentia minha cabeça latejar de uma forma agradável e o gosto era tão bom que não dava para parar!  Comi até o potinho com legumes cobertos por um pó vermelho, que o garçom me mandou tomar cuidado.



Curry de castanha de caju com arroz e "mandiopã"



A "marvada"

Legumes com mais pimenta. O garçom bem que avisou para tomar cuidado com esse potinho.


No dia seguinte resolvi explorar Colombo com duas garotas da tripulação. Logo que saímos do hotel um senhor que apresentou como jardineiro do hotel se aproximou dizendo que aquele era um dia especial. Que era dia de uma comemoração religiosa que começaria em poucos minutos. Em seguida ele parou um tutu e pediu que o motorista nos levasse ao tal templo onde aconteceria o evento.
Fomos nessa. Era um templo budista. Precisei usar um pano porque estava de shorts, curtos demais para o lugar. Lá havia um elefante que eles juraram ter sido resgatado e que vivia num retiro perto de Colombo. O elefante teria sido levado para o templo para a comemoração do dia e muito bla bla bla. Não acreditei e vieram outros dois homens conversar comigo, jurando de pés juntos que era verdade. Me deixei convencer e fui tocar o elefante.
Para resumir a história, o motorista, na hora de voltar ao hotel passaram a exigir dinheiro. E muito. Eles estavam todos juntos, o jardineiro, os caras que trabalhavam no templo, eram todos truqueiros. Quebramos o pau para não pagar e chegamos num acordo em que nós perdíamos, claro.


Desculpa, elefantinho!



O tutu do motorista malandro
Para levantar a moral me joguei num prato de comida local. Só mesmo um monte de pimenta para me fazer esquecer aqueles safados. Pedi um "Garlic Roti", um pão incrível cheio de alho que vem acompanhado de alguns molhinhos bem apimentados. Para beber, uma Grapette local cheia de açucar para adoçar meus nervos. Uma delícia.

Garlic Roti

Grapette da Índia!


Caminhando de volta ao hotel vi uma comemoração de casamento típico do Sri Lanka. Um dos convidados percebeu que estavamos olhando e nos convidou para entrar. Foi incrível, que bacana! Um grupo de bailarinos estavam dançando, havia o cheiro das comidas, as roupas típicas, a música...



A essa altura eu já tinha esquecido os salafrários e fui dar uma volta à beira mar. Dei de cara com várias barraquinhas de frutas e azeitonas com o quê?  Mais pimenta, claro!  E fui nessa. Comprei manga e abacaxi cheios de pó vermelhinho. Minha colega não conseguiu comer nenhum, mas eu estava delirando, que coisa boa! Estou viciada em pimenta.




Adorei o lugar, a comida e até as pessoas (com exceção dos malandros). Mas foi tanta pimenta que tive ondas de calor no voo de volta. Aquele monte de pimenta desregulou a temperatura do meu corpo. Quando as outras pessoas reclamavam do frio, eu estava com suando. Quando estava quente, eu reclamava do frio. Mesmo assim não via a hora de comer mais uma pimentinha...

Nível de felicidade: *****!
Hotel: Taj

De volta!

Acho que tenho que começar me explicando. Fiquei um tempão sem postar nada. e morrendo de peso na consciência. Tudo começou porque detesto o MSN e resolvi tirar essa coisa do meu computador que abe sozinha toda vez que eu o ligo, mesmo que eu use o bloqueio de programas.
Tentei deletar o programa nefasto de várias formas sem sucesso, então resolvi baixar um programa chamado Revo Uninstaller e levei um vírus de brinde. Bom, o resto você já sabe, formatar o computador etc. Que coisa mais chata!
Também tenho voado muito e ficado bem cansada. Agora já são quatro anos e meio sem férias, o que tem me deixado bem devagar nos meus dias de folga.  Aí o Vegetinha acabou entrando em recesso também.
As boas notícias são que o Vegetinha está de volta e em breve eu também. Em março darei um pulo aí na terrinha para descansar por uns dias. Até lá, vou me guardando para quando o carnaval chegar!