AS AVENTURAS DE UMA AEROMINA

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Brighton

Continuo na reserva, esperando para cobrir faltas de última hora. Dessa vez, ao menos, fui chamada para um pernoite. Peguei um voo para Londres, aeroporto de Gatwick.
Os dois aeroportos de Londres, Heathrow e Gatwick ficam na verdade em cidades vizinhas, assim como Cumbica. Para ir para o centro de Londres, o melhor deles é Heathrow, por isso, quando vou para Gatwick, prefiro pegar o trem e conhecer cidades vizinhas. Dessa vez fui para Brighton.
Faz muitos anos que ouço falar muito bem dessa cidade porque tenho uma amiga, a Karla Monteiro, que não saía de lá. Alguns de seus amigos que moram em Brighton chegaram até a passar um tempo no apartamento onde eu morava em SP.
Para chegar lá é só pegar um trem, que de onde eu estava (Crawley Station) custou 10,70 libras o bilhete de ida e volta. Não é baratinho, mas não se arrisque a não comprá-lo porque há vários fiscais nas linhas de trem.
Felizmente dei muita sorte. Era um domingão de sol, início de primavera na Europa e ainda houve uma maratona naquele dia na cidade, ou seja, estava bombando. É muito legal ver como os europeus aproveitam e celebram a primavera e o verão, especialmente no Reino Unido onde é tão frio. Estive em Londres um mês atrás e não dava para sair na rua. Chuva, frio e vento demais.
Saindo da estação de trem você pode dar uma passadinha no mercado que há dentro da estação mesmo, o M&S Simply Food. Lá há várias opções de comidinhas saudáveis prontas para levar e baratas. Sanduíches, saladas, frutas já picadas. Para completar é só pegar um cappuccino em uma das cafeterias da estação e seu almoço está resolvido.
Chegando à rua beira-mar, fui até a praia, que não tem areia, mas pedras e me sentei para comer meu sanduba de chutney de cenoura. E antes que você tire um sarro, digo que estava ótimo. Aliás, se melhorar estragava.




Um ventania...

Enquanto comia, fiquei dando uma olhada no povo que passava. É uma mistura incrível de gente de todos os tipos. Gente jovem tomando sol, famílias com crianças, casais, tiazinhas tatuadas e com cabelo cor-de-rosa e turistas como eu. Dava para ver a diferença pelas roupas. Enquanto eles curtiam o "calorzão" de shorts e biquínis eu me protegia do vento com um trench coat. Aliás, dica: em Brighton venta muito, então mesmo que esteja quente em Londres, leve uma blusa com você.
Já alimentada, voltei a andar. Na praia há dezenas de portinhas e restaurantes bem simples, que vendem o clássico inglês, Fish & Chips. Traduzindo: peixe frito com batata frita. Há também um museu da pesca, atividade que eu gostaria que ficasse apenas na memória, além de algumas lojas de souvenirs e pequenas galerias de arte. Brigthon é uma cidade repleta de artistas. No calçadão e nas ruas há músicos, performers, pintores (ninguém querendo vender sua caricatura, ainda bem) e gente vendendo serviços diversos, como massagem e tarot. Tudo num clima muito alegre.


Os restaurantes ficam nos arcos, na beira da praia


Vista da praia para a rua

Enquanto isso no calçadão...

O Brighton Pier ao fundo

Quase todo mundo vai de bicicleta!


Segui até o Pier, de onde se tem uma vista bem bacana da orla. Acabei descobrindo que lá são vendidos vários pratos baratinhos e sempre está disponível ao menos uma versão vegetariana. Tem noodles, samosas, mais fish and chips por um preço camarada (cerca de 3 libras). Para quem está passeando com crianças, no pier há vários brinquedos.
Enquanto eu andava, um maluco resolveu pular de lá e nadar até a praia. A distância é pequena, mas a água é MUITO gelada. Não vi ninguém se arriscando a botar o pé, afinal o inverno acabou faz pouco tempo. Seguindo ele, outro pulou e esse precisou de ajuda para terminar o percurso porque além de não saber nadar direito, travou no meio do caminho por causa do frio. Patético.


O Pier

Vista do Pier
Depois de curtir bem a praia, resolvi andar pela cidade. É um prazer caminhar por ali a pé. Há grandes lojas como a Primark, uma Boots  de dois andares (onde vende o shampoo seco, meninas) e também lojinhas de estilistas locais, docerias incríveis, cafés, restaurantes com mesinhas ao ar livre e tudo com uma decoração que vai do fofo ao descolado, sem ser pretensioso. Bem legal.
Pra minha sorte, por causa da maratona, havia uma feira ao livre de comidas na cidade. Era pequenininha, mas tinha uma parte só para vegetarianos. Barraquinhas com pratos de vários nacionalidades, chocolate sem leite, geléia caseira (as inglesas são ótimas), tudo fresco e baratinho.














A feira de comidas


Não sei ao certo o nome da praça onde eu estava, mas fica ao lado do Royal Pavilion, um palácio construído no século 18, que se tornou um museu e pode ser visitado. Nos jardins do pálacio estão o Brighton Museum and Art Gallery e o Brighton History Center.


Royal Pavilion


Brighton Museum and Art Galley + History Centre


Royal Pavilion
A essa altura eu já bem cansada porque havia feito um voo noturno e dormido apenas três horas depois de ter chegado na Inglaterra. Então, acabei sentando na grama junto com um montão de gente que estava por ali para  asssitir uma molecada tocando. Aliás, um negócio muito legal  da Inglaterra é que não importa onde você vá, sempre toca Rock. Que alívio! Porque se tem uma coisa que eu destesto em Dubai é essa house music e esses Rap/pops americanos do inferno que tocam nessa cidade.
Depois de recobrar minhas forças, voltei para o hotel e... me perdi, claro! É muito fácil e confortável usar os trens, mas isso sempre acontece comigo quando estou muito cansada. Fiquei muito ocupada curtindo a paisagem linda, ouvindo Bob Dylan e passei a estação onde devia fazer a conexão. Em Singapura certa vez levei quase duas horas para conseguir sair do Jardim Botânico (Ah!!!), mas essa é uma outra história.
Em Brighton foram só 30 minutos perdida. Essa mistura de voos noturnos com jet legs contantes causam um cansaço na gente às vezes, que não dá para explicar. Só voando mesmo para saber.
Bom, enquanto eu me achava a noite foi chegando e com ela o frio. Se durante o dia fazia um "calorzão" de 18C, à noite eram 5C. Me espremi num cantinho da plataforma onde ainda havia um raiozinho de sol enquanto Bob Dylan cantava "Things Have Changed" no meu Ipod. Adoro essa música e em alguns momentos, a letra caiu como uma luva para aquela situação: "The next sixty seconds could be like an eternity"... Mas mesmo o frio e o cansaço não me impediram de reconhecer que aquele era um momento muito especial. E tenho tido muitos desses ultimamente. Gostaria que vocês pudessem ver pelos olhos o que tenho visto pelo mundo, meus amigos.
Como sempre, no fim das contas me achei, voltei para o hotel, pulei na banheira quentinha com um potinho de sopa, dormi com os anjos e voltei para Dubai muito feliz. Things Have Changed.


Nível de felicidade: *****

8 comentários:

  1. Que legal Ju! Ficamos felizes por você estar tão feliz! :)
    Fiquei curioso pra experimentar o chutney de cenoura... hehehe

    Beijos,
    Chan e Julia

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  2. Tem tanta comida vageta bacana na Inglaterra! Estou fazendo a festa. E sim, muito feliz.
    Saudades de você e da Julia.
    Bj

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  3. Que coisa linda ver/sentir tanta felicidade num único post, Ju!

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  4. Ju,
    se eu soubesse que vc ia para la te falava para comer um waffle de chocolate unico que eu comia quando morei la ages ago... next time!
    amei seu blog.
    beijos
    Daniela, sua amiga aeromina

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  5. Dani,
    Já passa a dica aqui mesmo que da próxima vez eu, ou quem ler, poderá ir. Onde é?
    Obrigada!

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  6. Ju, viajo em cada post seu.. na sua felicidade, nas suas descobertas.. adoro as dicas... fico ansiosa pelo próximo sempre...

    Beijo grande...

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  7. Oi, Juliana!

    Descobri seu blog procurando sobre brighton no google! Se Deus quiser realizo o sonho de viajar para a inglaterra em setembro e é em brighton que vou ficar, então tava procurando informações sobre a cidade! adorei seu post! vou guardá-lo comigo e quando chegar mais pertinho da viagem, ler novamente!

    abraços,

    Danielli

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