AS AVENTURAS DE UMA AEROMINA

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Not here

Já faz muito, mas muito tempo que não escrevo. Não porque não tenho me divertido ou vivido novas experiências, mas porque ultimamente ando egoísta. Não quero dividir com ninguém a beleza que meus olhos têm visto, o prazer das novas músicas que tenho ouvido, os sabores incríveis e explosivos das comidas que tenho comido ou a felicidade das companhias que tenho tido. É egoísmo, eu sei.
Mas quem se importa?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tunis, Tunísia

Sempre ouvi falar maravilhas sobre a Tunísia. Que lá estão os oásis mais lindos do mundo arábe, que a comida é deliciosa e que parte da costa se parece muito com as ilhas gregas. Por isso fiquei muito feliz quando me mandaram um pedido para trocar meu voo para Londres por um para Tunis.
Segui feliz da vida para o aeroporto. Foi o embarque mais maluco que já me aconteceu, parecia ônibus intermunicipal da Bahia na véspera de Ano Novo (passei por mais essa também). Depois disso, tudo seguiu na maior alegria. Passageiros simpáticos e fáceis de lidar (mais tarde vim a saber que metade deles são líbios).
Chegamos em Tunis, a capital do país por volta das 12h e já fui logo para a rua com uma comissária do Quênia. Pegamos um táxi no hotel para ir até o que sobrou da cidade de Carthage. Hoje um bairro de Tunis, Carthage é uma mistura de área residencial com ruínas romanas.
O taxi nos levou até a primeira delas, na entrada do bairro, os aquedutos construídos durante o Império Romano. Ao parar ali, o taxista -que também dava uma de guia turístico- veio com uma oferta. Ficaríamos com ele por duas horas e para isso pagaríamos 40 dinars cada. Uma piada! Taxis são extremamente baratos na Tunísia e a corrida do hotel até ali -que levou uns 20 minutos- deu apenas TDN 4,25. O cara continuou insistindo (e muito) até que descemos do carro. Ele se irritou, a gente se irritou...




O aqueduto

Andamos e tiramos fotos pela ruína e quando resolvemos sair dalí, percebemos que não tínhamos ideia de onde estavamos. Já que não aceitamos os seus serviços, o motorista nos largou no meio da estrada. Esse foi só o começo da jornada.
Com o mapa nas mãos, fomos andando em sentindo aos demais sítios históricos. A temperatura era de cerca de 35C, nada agrádavel para quem está perdido. Demorou, mas conseguimos pegar um táxi e fomos para o Museu, um dos pontos altos de Carthage. O ingresso para o museu custa 10 dinars e dá direito à entrada em todas as ruínas e monumentos de Carthage, o que é ótimo.
Já logo na entrada do museu, há guias turísticos tentando oferecer seus serviços. Eles falam todas as línguas que você puder imaginar e são o mais grudentos possível. Há dois tipos: os que tentam fazer você entrar numa barganha e te seguem (nesse caso, negue, agradeça e fique mudo. É difícil, mas resista, caso contrário não tem fim!) o segundo tipo é que aquele que não se identifica, vai explicando e dando informações e depois te cobra quanto ele quiser pelo serviço oferecido (esse não merece piedade. Na primeira frase dele já diga com firmeza que não quer um guia ou vai sobrar pra você. Se ele insitir saia andando).




Dentro e fora do museu 

Conseguimos ter um pouco de paz para andar pelo museu, que até que é bacana, embora não seja tudo aquilo que dizem. Lá estão expostas algumas peças como estátuas, vasos, mosaicos e mapas da antiga Carthage. Como tudo no museu tem também explicação em francês (na Tunisía se fala francês e arábe) e há muitos termos em latim, dá para a gente, que fala português, se virar.
Além dos guias que quase te obrigam a pagar pelos serviços, sentimos um grande mal-estar porque eramos as únicas pessoas no museu. Aliás, não havia quase turistas em Tunis. Embora a poeira já tivesse baixado -eu sabia disso porque tinha me informado com uma amiga tunisiana-  a cidade que depende do turismo estava às moscas.
Eu e minha colega concordamos que aquele ambiente vazio nos dava uma tristeza, mas ao mesmo tempo, nos dava medo. Na falta de turistas, as pessoas que dependem deles para viver pareciam estar desesperadas. Me senti como no filme A Noite dos Morto Vivos (www.imdb.com/title/tt0063350/). As pessoas nos olhavam de um jeito que parecia que iam nos comer vivas.  Meda! Fomos embora. De qualquer forma, vale a pena visitar o museu para apreciar a vista de lá de cima, que é linda.





A vista do museu. Alô mamãe!

Saímos de lá a procura do teatro romano e tentamos pegar um taxi. O motorista resmungou alguma coisa em francês e já foi tentando dar o golpe e levar a gente para dar uma volta. Como estou acostumada a pegar taxi no Rio de Janeiro, já pedi logo para que ele parasse o carro. O cara se irritou e disse, aos berros, que não pararia e o pau comeu dentro daquele carro. Não demorou até que ele resolveu pagar e claro, não pagamos tudo o que estava no taxímetro. Asshole!!!! Fiquei indignada e nãos fomos mais de taxi, você sabe... Aliás, nem precisava de taxi, as ruinas do teatro ficam bem perto do museu.
Visitamos o teatro e a vila e a sensação foi a mesma. Tudo estava abadonado e vazio. E depois daquele taxi, parecia filme de terror mesmo. Demos ainda uma olhadinha na mesquita, que é a única coisa cuidada por ali e nos mandamos para Sidi Bousaid, um bairro costeiro e mais bohemio de Tunis.



A vila


O teatro romano

Mesquita de Carthage

Sem nenhum problema com o taxista, chegamos até essa área que lembra mesmo a Grécia (em uma escala bem menor). As casas são todas brancas, construídas nas encostas de penhascos, com alguns restaurantes, bares e lojas de artesanatos. Uma delícia de lugar para ver o por-do-sol. Chegamos na hora certa.
Fiz umas comprinhas em uma das lojinhas de artesanatos que tem preços fixos (não barganhe, portanto) e andamos pelas ruelas de Sidi Bousaid. O clima foi ficando bem bacana com a chegada da noite e de locais que paravam para beber um chá e fumar shisha (narguile aí no Brasil). Haviam músicos tocando nas ruas, uma brisa vinda do mar, tudo incrível.




é nóis!

ruelas de Sidi Bousaid


Numa dessas casas, chamada Café Délice encontramos o copiloto do nosso voo e paramos por ali. Me animei ao ver cerveja no cardápio, mas ao dar o primeiro gole notei que era sem alcool. Seria ótimo num fim de tarde quente como aquela, mas bom demais para ser verdade, né? (ai, que saudades de um chopp gelado!). Bom, a Tunísia é um país muçulmano. Um pouco mais liberal que os do Golfo, mas ainda assim não se vende alcool em todos os estabelecimentos por aí. Geralmente, apenas os hotéis têm a licença para vender bebidas por causa do custo.
Pedi um suco de frutas que estava fabuloso e tive aquela discussão de sempre com o garçom de que peixe não é vegetal, e que eu queria apenas uma salada sem ovo, sem sardinha e sem qualquer outra coisa que não fosse mato (eu estava com fome, mas salada era a única alternativa). Fizeram uma bela salada, mas o cozinheiro não aguentou e colocou um ovo cozido. Ele deve ter ficado com medo que eu ficasse desnutrida ou algo assim. Achou engraçado? O pior é que isso é bem comum em qualquer lugar do mundo, viu? E me cobram depois!
A noite foi ótima. Já devidamente de barriga cheia e bêbados de cerveja sem alcool pedimos a conta e... supresa!!! Estava bem cara para os padrões. Aí, me veio a cabeça a imagem daqueles taxistas malandros e fiquei louca! Não deixei ninguém pagar nada e pedi a conta escrita e o cardápio para checar os preços. Não quiseram trazer. Disse que não ianmos pagar até ver a conta e o cardápio. Nessas horas as pessoas vêm com essa, que é mais velha que minha bisavó, de dizer que "não entendem inglês direito". Bom, revidei: "Eu também não falo francês e não vou pagar. Vou embora."
O cardápio e a conta apareceram. Com muita discussão mudaram alguns preços e tentaram cobrar mais sucos e cervejas que o que foi consumido. Apesar de não falar francês ou árabe, mostrei a conta para as pessoas das mesas ao lado e elas, com gestos, deixaram claro que aquilo estava errado. No final das contas, pagamos menos do que estava lá e caímos fora. Que bafo, minha gente!



A vista lá de cima

Salada com ovo e cerveja sem álcool. Roubada...

Pegamos um taxi para voltar ao hotel e lá veio aquele papo de novo. O motorista nos disse que deveriamos fechar um preço (sem ligar o taxímetro) em cem dinars porque àquela hora havia muito trânsito e ficaria caríssimo. Eu e a comissária queniana rimos até não poder mais, e claro, não aceitamos. Eu disse a ele que pagaria até TDN 200 se fosse o caso, mas que não fecharia preço nenhum. O copiloto era inglês, daquele tipo bem tapado, com cara de príncipe Charles. Se dissessem a ele que custava US$500, ele acreditaria. É impressionante como os ingleses podem ser o extremo de tudo. Os mais loucos, os mais tontos, os mais violentos, os mais cool, as garotas as mais bitches e por aí vai.
Meia hora depois, com todo o trânsito, a corrida ficou em 5, 75 paus. E o mané queria cenzinho! Eu costumava achar que brasileiro era cara-de-pau, mas nunca vi nada igual a isso. Tunis está de parabéns! Os caras não só querem arrancar sua grana, como subestimam (e muito) sua inteligência. Fizemos piada e até o próprio taxista riu da diferença de preço real à que ele propôs.
Chegamos a hotel são e salvos e decidimos tomar um drink a beira da piscina para desestressar depois daquelas discussões todas. Pedimos o cardápio ao garçom. Ele demorou e disse que não conseguiu achar. Perguntei os preços das bebidas e optei por um vinho branco. Quando veio a conta, surpresa!!!! Custava o dobro, hahahahaha! Toma mais essa!
Não dava para acreditar. Eu não estava em um albergue. Era um hotel da rede Golden Tulip, que pode não ser a melhor do planeta, mas que imagino não esteja tão mal assim das pernas a ponto de precisar enganar os hóspedes. A essa altura eu já estava cansada demais para brigar por uma taça de vinho e ficou por isso mesmo. Fui para cama dormir antes que alguém mais tentasse me extorquir.
No final das contas não sei dizer se tudo o que aconteceu foi por causa da crise que o país vive depois de seis meses de conflitos e ausência de turistas. Certamente a situação foi agravada e as pessoas estão desesperadas. Mas essa não é a melhor forma de ter os turístas de volta, certo?
Por mais que eu pense nos fatos e tente entender a situação daquele povo, não tenho mais vontade de voltar para lá tão cedo. Uma pena.


MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA EM TUNIS:

- de preferência esteja com alguém que fale francês ou árabe
- não feche preços com taxistas, exija taxímetro
- fique de olho no itinerário
- cheque os preços e confirme com o garçom antes de pedir
- se não houver cardápio, não peça
- certifique-se de que o que está sendo servindo é exatamente o que você pediu
- e o mais importante de tudo...

NÃO VÁ LÁ: Café Délice, em Sidi Bousaid,   a não ser que você queira aprontar com alguém!



domingo, 24 de julho de 2011

Fui, mas já volto!

Já faz um tempão que eu não posto nada, que feio. As explicações para minha ausência é que saí de férias, depois a família veio para Dubai e nas últimas duas semanas estou voando demais. Um voo atrás do outro (que sem graça, tá parecendo até emprego isso!). A gente cansa demais com os voos noturnos. Virar noite e depois não dormir dieito por causa do jet leg virou constante.
Estou um caco, mas minha escala fica mais folgada no final do mês e volto a escrever na próxima semana, prometo! Tem tanta coisa para contar: Jakarta, Portugal, NY,Tunísia, Pequim... a lista é longa. Nem sei por onde começar.
Bom domingo e até em breve!



No hotel de Nova Yorque, morrendo de sono após 14 horas de voo e um dia caminhando no Central Park.




segunda-feira, 25 de abril de 2011

Munique

Os voos para a Alemanha são geralmente bacanas e fáceis de se fazer. As cidades também são bem agradáveis, os serviços de hotéis e restaurantes são bons então ter um na escala é sempre positivo. Munique então, nem se fala.
A cidade é a capital da bavária, que é conhecida por sua hospitalidade, além das cervejas, claro. Já quando eu dizia que ia para lá, todo mundo respondia "Ahhhh, lá é tão lindo, me lembra Vienaaaaa!". Bom, então tá, né? Animei.
Cheguei na cidade por volta do meio-dia. Era um daqueles dias lindos de inverno, Apesar do frio de cerca de 6C, tinha sol e o céu estava limpinho. Aliás, tenho que dizer que tenho muita sorte com isso. Peguei mal tempo apenas duas vezes em seis meses. Nas minhas demais viagens, o clima estava ótimo, mesmo quando a previsão dizia o oposto.
Munique é uma cidade antiga, linda, onde você não precisa ter nada para fazer. É só ir para o centro e andar por ali que já vale a viagem. Dependo de onde você estiver dá para ir de metrô, ônibus ou de bonde. Eu fui de metrô.
Embora esteja tudo em alemão, é bem fácil se deslocar no país porque todo mundo fala inglês e as pessoas são solícitas. E também não é caro. Paguei 9 euros (R$ 20,25) por um ticket para duas pessoas, válido para o dia todo, por qualquer transporte pela cidade. Quem dividia a passagem comigo era a Eri, uma japonesa da tripulação, que acabei sabendo durante o trajeto, que havia morado em Curitiba e falava português. Que coisa mais improvável!
Para começar sua tour pelo centro, você pode ir até a praça central, a Karlsplatz. Há uma estação de metrô bem na frente. De lá andamos até a antiga pinacoteca, a Alte Pinakothek, um museu antigo, mas ativo, e mais para a frente, passamos a catedral de Frauenkirche e a Marienplatz, uma outra praça no centro de Munique seguida por um calçadão com restaurantes, bares e cafés.












Há muitas outras atrações na cidade como o Campo de Concentração de Dachau, o English Gardens, o Museu Germânico e o Mercado de Viktualienmarkt, um mercado ao ar livre que vende de tudo. Frutas, vegetais, queijos, flores e pratos típicos. Lá dentro há um "Jardim da cerveja", o Beer Garden, que também funciona como restaurante. E já me esquecendo do museu da BMW, para onde uma garota da tripulação foi.
Esses lugares, com excessão do mercado, ficam um pouco afastados do centro da cidade. Eu acabei ficando por ali mesmo porque tenho apenas um dia na cidade e estava muito frio. Nesses casos, em vez de fazer tudo correndo, prefiro ir vendo o lugar aos poucos. A cada voo conheço um pedacinho.
Continuamos a andar pela cidade que é uma fofura. Há muitas lojas de chocolate incríveis, cafés, restaurantes, lojas bacanudas. Ali no centro a atmosfera é de cidadezinha de inverno, tipo Campos do Jordão, afinal a cidade fica nos Alpes.










Andamos até a beira do rio Isar onde fica o Museu dos Alpes e onde havia muitos casais e famílias sentados no chão, curtinho um solzinho. Tinha até um maluco de sunga, com a pele toda vermelha, não sei se queimado de sol ou pintado. Sei lá, coisas que a gente só vê na Europa. O pessoal não tá nem aí. Dei na telha, eles vão lá e fazem. Adoro.




O Museu da bavária







Continuamos nossa andança de volta para o centro da cidade e paramos para tomar um café e dar uma esquentada. A essa altura já estava começando a escurecer e o frio tava aumentando. Como sempre perguntei se tinha leite de soja e ouvi do barista: "Claro, minha querida!" (Of course, my dear!). Ele fez uma cara de espanto com a pergunta como se fosse óbvio. Antes fosse assim no Brasil, não? O país é o maior importador de soja do mundo e tem poucos produtos à base de soja e que, na maioria, são de má qualidade. Uma das coisas boas de não morar no Brasil é que posso parar e quase toda cafeteria do mundo e beber um cappuccino com leite de soja, coisa que aí é missão quase impossível.
Terminado o café andamos mais um pouco até avistarmos uma casa de esquina bem típica. Sem entender o que estava escrito na placa, resolvemos ir até lá para ver o que era e bingo! Era uma cervejaria alemã, mas essa, só de locais. Ficou todo mundo olhando pra gente enquanto entrávamos.
O pessoal de lá foi muito legal. Receberam-nos muito bem e já logo abriram espaço no balcão. Apesar de haver algumas mesas, todas de madeira marrom escura, os cervejeiros se aglomaravam no pequeno balcão, que fica bem na frente do barril de cerveja. A bebida, aliás, é incrível. Nunca bebi uma cerveja como a Augustner Bräu München. Produzida por uma cervejaria fundada em 1294, ela é do tipo Pilsen, bem leve, mas bastante saborosa, lembrando bastante um chopp. E também tirada como um chopp, direto do barril, nesse caso de madeira, como se fazia antigamente. Os caras também explicaram que a cerveja deveria ser servida com colarinho, super cremoso. Uma delícia!
E ver os caras trocando o barril foi melhor ainda! Assim que acabou, os próprios clientes carregaram o barril e trouxeram e colocaram o novo no lugar. O dono do bar então pegou um martelo de madeira e deu uma martelada em cima do barril, segundo ele, para fazer pressão. Depois, pegou o mesmo martelo, colocou a torneira na frente do barril e deu outra martelada. Pronto! Cerveja pro povo sedento!
Com o copo nas mãos eu a Eri ficamos batendo papo com os locais. O pessoal estava lá fazendo um esquenta para a partida de futebol entre o Munique e o Borussia Dortmund que aconteceria em algumas horas. Estavam todos super animados e nos convidaram para o jogo. Mas naquela friaca... Nein, nein. (O Munique acabou perdendo de 3x1).


A esquina da perdição

Colocando a torneira no barril

Eu e minha amiga japonesa de Curitiba, a Eri

Resolvemos andar mais um pouco e ir até um outro bar que recomendaram para gente. O pessoal ia pra lá depois do jogo, mas logo fomos vencidas pelo frio e pelo cansaço e voltamos para a área do hotel. Lá perto tem um supermercado bacana e eles geralmente são muito baratos na Alemanha. Em Munique, mais ainda. As geléias francesas St Dalfour, que aí no Pão de Açucar custa R$ 18, em Munique custa 2,40 euros (cerca de R$ 5,50). Queijos e vinhos então, nem se fala! Mas o país também é otimo para comprar cereais, pão e cogumelos. Aproveitei e comprei minha janta lá, um apanhadão de cogumelos, abobrinha, beringela, tomates e repolho, tudo bem curtido em temperos, do jeito que alemão gosta!
Saindo de lá demos uma passada no restaurante do hotel, a Taberna Paulaner, que serve comida bávara, onde estavam os dois pilotos e alguns comissários. Provei uma outra cerveja local, a Paulaner, que também e boa, mas nem se compara com a Augustiner.


Essa é boa...

...mas a Augustiner é infinitamente melhor!

Esperei meus colegas comerem e me mandei para o quarto. Não via a hora de tomar um banho quente, ligar a TV e comer meus vegetinhas! Estava tudo delicioso, mas precisa ter estômago de dragão para aguentar essas conservas alemãs.
No dia seguinte eu pretendia dar uma passeada pelos arredores do hotel, que fica perto da estação de metrô Arabellapark, mas infelizmente minha sorte acabou. O dia estava chuvoso, congelante e com vento. Aproveitei para ficar em baixo das cobertas e assistir TV. Como eu não tenho TV em Dubai e aqui sempre faz um sol de rachar o coco, aprendi a dar valor para esses dias "feios", que só dão vontade de ficar na cama. Mas meu conforto durou pouco e logo tive que voltar pro calor do deserto.

Para beber:
Augustiner  Bräu München: www.augustiner-braeu.de/

Paulaner Brauerei München:  www.paulaner.com/

Nível de felicidade: *****

Hotel: Westin Grand Munich Arabellapark

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Mais uma vez na sala de justiça

Bom dia!

Cá estou eu no aeroporto novamente esperando. São seis da matina e estou aqui, contando com a sorte para pegar um voo para São Paulo que sai daqui a pouco. Se não der esse, que seja um Paris ou Viena. Quem sabe? Me deixa sonhar!
Enquanto isso vou começar a escrever um novo post. Assim me distraio um pouco porque cada vez que alguém é chamado aqui fica aquela tensão, todo mundo apreensivo para ver se o sujeito se deu bem ou pegou um bate e volta para a Índia, hahaha. Até agora o pessoal só se deu mal, mas me sinto com sorte hoje.
Até mais. Espero voltar em breve com boas notícias.
See ya later.

Pois é, um dia depois, voltei! Infelizmente não trago boas novas. Me mandaram num bate e volta para Medina, na Arábia Saudita que mais parecia "Apertem os cintos... O piloto sumiu". Ai, ai, não vejo a hora dessa reserva acabar. E mês que vem vou de férias pro Brasil de novo. Até breve!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Brighton

Continuo na reserva, esperando para cobrir faltas de última hora. Dessa vez, ao menos, fui chamada para um pernoite. Peguei um voo para Londres, aeroporto de Gatwick.
Os dois aeroportos de Londres, Heathrow e Gatwick ficam na verdade em cidades vizinhas, assim como Cumbica. Para ir para o centro de Londres, o melhor deles é Heathrow, por isso, quando vou para Gatwick, prefiro pegar o trem e conhecer cidades vizinhas. Dessa vez fui para Brighton.
Faz muitos anos que ouço falar muito bem dessa cidade porque tenho uma amiga, a Karla Monteiro, que não saía de lá. Alguns de seus amigos que moram em Brighton chegaram até a passar um tempo no apartamento onde eu morava em SP.
Para chegar lá é só pegar um trem, que de onde eu estava (Crawley Station) custou 10,70 libras o bilhete de ida e volta. Não é baratinho, mas não se arrisque a não comprá-lo porque há vários fiscais nas linhas de trem.
Felizmente dei muita sorte. Era um domingão de sol, início de primavera na Europa e ainda houve uma maratona naquele dia na cidade, ou seja, estava bombando. É muito legal ver como os europeus aproveitam e celebram a primavera e o verão, especialmente no Reino Unido onde é tão frio. Estive em Londres um mês atrás e não dava para sair na rua. Chuva, frio e vento demais.
Saindo da estação de trem você pode dar uma passadinha no mercado que há dentro da estação mesmo, o M&S Simply Food. Lá há várias opções de comidinhas saudáveis prontas para levar e baratas. Sanduíches, saladas, frutas já picadas. Para completar é só pegar um cappuccino em uma das cafeterias da estação e seu almoço está resolvido.
Chegando à rua beira-mar, fui até a praia, que não tem areia, mas pedras e me sentei para comer meu sanduba de chutney de cenoura. E antes que você tire um sarro, digo que estava ótimo. Aliás, se melhorar estragava.




Um ventania...

Enquanto comia, fiquei dando uma olhada no povo que passava. É uma mistura incrível de gente de todos os tipos. Gente jovem tomando sol, famílias com crianças, casais, tiazinhas tatuadas e com cabelo cor-de-rosa e turistas como eu. Dava para ver a diferença pelas roupas. Enquanto eles curtiam o "calorzão" de shorts e biquínis eu me protegia do vento com um trench coat. Aliás, dica: em Brighton venta muito, então mesmo que esteja quente em Londres, leve uma blusa com você.
Já alimentada, voltei a andar. Na praia há dezenas de portinhas e restaurantes bem simples, que vendem o clássico inglês, Fish & Chips. Traduzindo: peixe frito com batata frita. Há também um museu da pesca, atividade que eu gostaria que ficasse apenas na memória, além de algumas lojas de souvenirs e pequenas galerias de arte. Brigthon é uma cidade repleta de artistas. No calçadão e nas ruas há músicos, performers, pintores (ninguém querendo vender sua caricatura, ainda bem) e gente vendendo serviços diversos, como massagem e tarot. Tudo num clima muito alegre.


Os restaurantes ficam nos arcos, na beira da praia


Vista da praia para a rua

Enquanto isso no calçadão...

O Brighton Pier ao fundo

Quase todo mundo vai de bicicleta!


Segui até o Pier, de onde se tem uma vista bem bacana da orla. Acabei descobrindo que lá são vendidos vários pratos baratinhos e sempre está disponível ao menos uma versão vegetariana. Tem noodles, samosas, mais fish and chips por um preço camarada (cerca de 3 libras). Para quem está passeando com crianças, no pier há vários brinquedos.
Enquanto eu andava, um maluco resolveu pular de lá e nadar até a praia. A distância é pequena, mas a água é MUITO gelada. Não vi ninguém se arriscando a botar o pé, afinal o inverno acabou faz pouco tempo. Seguindo ele, outro pulou e esse precisou de ajuda para terminar o percurso porque além de não saber nadar direito, travou no meio do caminho por causa do frio. Patético.


O Pier

Vista do Pier
Depois de curtir bem a praia, resolvi andar pela cidade. É um prazer caminhar por ali a pé. Há grandes lojas como a Primark, uma Boots  de dois andares (onde vende o shampoo seco, meninas) e também lojinhas de estilistas locais, docerias incríveis, cafés, restaurantes com mesinhas ao ar livre e tudo com uma decoração que vai do fofo ao descolado, sem ser pretensioso. Bem legal.
Pra minha sorte, por causa da maratona, havia uma feira ao livre de comidas na cidade. Era pequenininha, mas tinha uma parte só para vegetarianos. Barraquinhas com pratos de vários nacionalidades, chocolate sem leite, geléia caseira (as inglesas são ótimas), tudo fresco e baratinho.














A feira de comidas


Não sei ao certo o nome da praça onde eu estava, mas fica ao lado do Royal Pavilion, um palácio construído no século 18, que se tornou um museu e pode ser visitado. Nos jardins do pálacio estão o Brighton Museum and Art Gallery e o Brighton History Center.


Royal Pavilion


Brighton Museum and Art Galley + History Centre


Royal Pavilion
A essa altura eu já bem cansada porque havia feito um voo noturno e dormido apenas três horas depois de ter chegado na Inglaterra. Então, acabei sentando na grama junto com um montão de gente que estava por ali para  asssitir uma molecada tocando. Aliás, um negócio muito legal  da Inglaterra é que não importa onde você vá, sempre toca Rock. Que alívio! Porque se tem uma coisa que eu destesto em Dubai é essa house music e esses Rap/pops americanos do inferno que tocam nessa cidade.
Depois de recobrar minhas forças, voltei para o hotel e... me perdi, claro! É muito fácil e confortável usar os trens, mas isso sempre acontece comigo quando estou muito cansada. Fiquei muito ocupada curtindo a paisagem linda, ouvindo Bob Dylan e passei a estação onde devia fazer a conexão. Em Singapura certa vez levei quase duas horas para conseguir sair do Jardim Botânico (Ah!!!), mas essa é uma outra história.
Em Brighton foram só 30 minutos perdida. Essa mistura de voos noturnos com jet legs contantes causam um cansaço na gente às vezes, que não dá para explicar. Só voando mesmo para saber.
Bom, enquanto eu me achava a noite foi chegando e com ela o frio. Se durante o dia fazia um "calorzão" de 18C, à noite eram 5C. Me espremi num cantinho da plataforma onde ainda havia um raiozinho de sol enquanto Bob Dylan cantava "Things Have Changed" no meu Ipod. Adoro essa música e em alguns momentos, a letra caiu como uma luva para aquela situação: "The next sixty seconds could be like an eternity"... Mas mesmo o frio e o cansaço não me impediram de reconhecer que aquele era um momento muito especial. E tenho tido muitos desses ultimamente. Gostaria que vocês pudessem ver pelos olhos o que tenho visto pelo mundo, meus amigos.
Como sempre, no fim das contas me achei, voltei para o hotel, pulei na banheira quentinha com um potinho de sopa, dormi com os anjos e voltei para Dubai muito feliz. Things Have Changed.


Nível de felicidade: *****